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Entrevista : Khriztian León - Retro wave art ☆

Oie pessoal!

Nossa, mil desculpas ando sumida demais =( mas é que a vida é corrida, e no final do dia estou muito cansada e não consigo me dedicar ao blog em todos os domingos, que é o meu único dia livre.

Enfim, mas não se preocupe que sempre volto! E para voltar com estilo, retomo um quadro do blog que gosto muito, o de entrevistas.

Hoje o post é a entrevista com o meu amigo Khriztian, um cara que além de ótima pessoa é super talentoso e foi ele quem desenvolveu a estampa linda da camiseta do blog!

Com vocês a entrevista, e espero que gostem ;).

Primeiro pedi ao Khriz que fizesse um breve histórico dele, e também de sua trajetória artística.

K : Bem, eu sou o Khriztian León, Ilustrador, designer gráfico, o “Barba” do extinto canal
“Unicórnios & Barbas”, nerd assumido, viciado em café, internet, nos anos, 80, 90, em espaço,
universo e afins, no Superman, Thor e na cultura nórdica em geral... Resumindo, sou algo
como um “Viking Espacial” (melhor definição maluca que globaliza tudo que curto e acaba
dando em mim, então, pense nisto como um apelido carinhoso [risos])

Trabalho com artes mesmo desde 2007, mas desenho desde que tenho uso de razão. Em 2010
engatei no design gráfico e hoje levo ambas profissões em paralelo se complementando.
Ilustração é um campo de trabalho meio complicado, há muita gente boa, e o mercado
nacional ainda não cobre tanto artista bom, mas caminha a se expandir. Porém há a internet
para ajudar a atingir trabalhos para fora do país, mas acredite, é mais difícil ainda! Tem que ter
o projeto certo, na hora certa, sendo visto pelas pessoas certas para conseguir “deslanchar”
então é difícil, mas não impossível!

Já transitei milhões de estilos, e fui me testando em diversas áreas, até é bom para se
conhecer, ver no que se é bom como artista, qual área favorece mais seu traço, ou até
encontrar seu traço, algo de fato complicado, pois inconscientemente nossos artistas
referência acabam influenciando tanto que o limite entre se espelhar e copiar estilo é muito
tênue, então é bom ir com cautela.

Naturalmente com o passar dos anos, fanarts foram dando lugar a projetos próprios, a Jobs
que foram surgindo e nesse vai-e- vem acabei vendo que HQs (que foi meu foco no meu início
na ilustração profissional, não era o que eu sentia “meu”... Não havia conexão, e
particularmente acho um campo bem complicado. Nessas, acabei me identificando mais com
ilustrações de covers, pôsters e afins... E os trabalhos foram surgindo dentro dessas áreas.

Que eu lembre, o projeto meu mesmo que mais marcou foi o das “Lolitas Vingadoras”; uma
série de ilustrações que fiz inspirado na minha esposa e nas suas amigas que estavam dentro
deste estilo de moda japonesa, e naturalmente fui aprendendo sobre tudo isso sendo o
expectador delas e acabei por gerar uma Lolita inspirada em cada vingador do primeiro filme
deles, resultando numa série que rodou o mundo, caiu em diversos blogs e até houve cosplayers de fora que acabaram me dando a honra de reproduzir minhas artes no seu trabalho, confesso que aquilo me deu uma injeção de gás!


Acabou que nesse processo conhecido como “amadurecimento profissional” acabei indo por outras vertentes, fazendo algumas artes para tattoos, entrando no pontilhismo, na arte nórdica, e muitas outras, sempre me testando, tentando me achar...

Mas foi há uns dois anos que resolvi criar coragem e começar a tentar algo que sempre me influenciou, na surdina. Tudo aquilo sempre esteve ali, mas que eu acabava não tentando, por medo a rejeição dos meus seguidores, das pessoas que gostavam do meu trabalho, amigos e conhecidos, algo que de fato eu não percebia que me traduzia completamente, meu estilo atual!

Sempre amei a arte dos 80 e 90, aquela pegada saudosista, as cores vibrantes, contrastantes, o neon, o retrowave, o vaporwave, elementos do espaço, tudo isso sempre esteve comigo, mas por achar ousado demais (ou me achar incapaz de consegui) acabei sempre deixando de lado, até perceber que aquilo era eu, então resolvi de uma hora para outra girar 180º e me arriscar, o resultado disso foi paixão pura, foi ali que comecei em meio a tentativas a ver surgir muito devagar meu projeto atual.


PC : Porque as décadas de 80 e 90 são grande influência na sua criação?

K : Pegando o gancho do respondido na primeira questão e respondendo esta, os 80s e 90s sempre estiveram presentes muito fortemente em mim. Não sei nem como explicar, mas a arte dessas duas décadas, ou melhor, do início dos 80s até metade dos 90s, sempre me fascinou e sempre me identifiquei com ela. É aquele sentimento gostoso de saudades, sabe? Aquele sorriso ao lembrar das revistas do mundo nerd/ pop da época, das HQs, dos games, das músicas, dos filmes, seriados... Em fim, acho que esse período é um período estupidamente rico e maravilhoso para qualquer artista se inspirar!


As cores fortes, o alto contraste, o design da época, logotipagem...  Até os anúncios publicitários! É lindo de ver! Com o tempo acabou por surgir o retrowave como forma de arte parar reviver esses 80s no neon, com muita cor, muito trópico, muito espaço, muito laser e eu me apaixonei por esse estilo, e na sequencia mais uma vertente, o vaporwave, que trazia cores mais claras e todo o revival do início da informática dos 90s, misturando com arte clássica grega, uns troços muito loucos que acabaram por me conquistar também, no fim, acho que meu estilo reflete atual reflete um pouco de tudo isso. 





PC : Quem são suas maiores influências artísticas e porque?

K : Maiores influencias artísticas? Nossa! Bela pergunta...

Bom, tenho muitos ilustradores que simplesmente sou apaixonado, mas gosto do trabalho deles como admirador mesmo, nem tanto como referência. Neste grupo posso citar com certeza Adam Hughes, Alex Ross, John Byrne, Jim Lee dentre alguns dos clássicos, artistas mais novos como o Russell Dauterman, o  DZO Olivier, o amigo Cristian Melián Cabrera (CMC Ilustration), Christian Sloan Hall, e alguns outros. E por último os artistas nacionais, Rafael Grampa, Rafael Albuquerque, Sapo Lendário, o Lucas Mendonça (que acho que tem um baita potencial), Thobias Daneluz e o Luciano Cunha (do Doutrinador, sugiro conhecer).

Maaas, esses são os artistas que eu curto, podem até inspirar, mas quem realmente me inspira e principalmente, influência meu traço com certeza são; primeiramente o grandíssimo e incrível Patrick Nagel que simplesmente AMO! Syd Brak que é incrível também, o Andreas 
Bennik, Zerobriant, o sempre mestre e eterno Jack Kirby, o insano Josan Gonzales, e um artista nacional que venero e admiro muito, O GENIAL E INCOMPARÁVEL BUTCHER BILLY.



PC :  O projeto Mobopólis é seu mais recente trabalho, levando mais de 2 anos a serem feito! Com o lançamento do Catarse, e recompensas de qualidade, conte nos mais sobre sua expectativa como artista sobre o projeto e como isso afeta seu trabalho.

K : Bom, quando se fala de um filho a gente sempre fica pagando de pai babão, mas é isso mesmo, sou um pai babão.


MoBopólis é meu primeiro projeto dentro desses estilos que sempre amei, que mistura tudo que comentei acima e potencializa cada aspecto dessa mistura de referências. Diria até que me traduz em linguagem artística!

É com certeza meu projeto mais arriscado até o momento e o mais completo, aquele projeto redondinho que marca o artista quando o faz, sabe? É algo no qual apostei “todas minhas fichas” nos últimos tempos e que acabou naturalmente me pedindo toda a atenção e trabalho possíveis. Foram meses e meses me privando de saídas, encontros, de projetos paralelos (o nosso canal no youtube e blog foram um deles) demandando foco total e sacrifícios. Hoje vejo como valeu a pena, ter ele prontinho na minha mesa dá uma sensação de dever cumprido, de vitória... Mas, que seria uma vitória sem poder compartilha-la com outros, e é aí que eu precisei pensar num próximo passo, e assim surgiu criar meu primeiro projeto de financiamento coletivo no Catarse e tentar trazer ele a vida, de mostrar a todos, ou trazer a todos, o formato que eu visualizei dele enquanto o criava, a experiência completa.

MoBopólis foca plenamente em saudosismo naqueles que cresceram nos 80s e 90s como eu e mostrar o que a gente curtia na época para aqueles mais novos que não tiveram a mesma chance que nós.

Eu lembro claramente de jogar partidas intermináveis no meu SEGA Megadrive de diversos games, de quando eles travavam e a gente ficava assoprando o cartucho torcendo pra voltar a funcionar, dos gráficos 16-bit, de ter coleções de Cards colecionáveis de diversos super heróis, de morrer comprando balas para pegar a figurinha de dentro e torcer para que não fosse repetida e eu pudesse preencher os pôster-álbuns (que na época eram de Street Fighter e Cavaleiros do Zodíaco)ou de comprar revistas de truques de games, ou de algum anime, ou super herói e ir sedento ao meio dela para destacar os pôster que vinha dobrado em 4 ou 6 partes e colar ele na parede como um troféu com seus vincos refletindo na luz! Nossa, muita saudades dessa época, e nem falo do walkman porquê aí é brincar com os sentimentos mesmo! Risos.

No fim, o projeto completo do Catarse, entre artbook e recompensas é isso, é reviver exatamente o que acabo de contar, é reproduzir nos materiais e estilos mais próximos tudo aquilo, desde os cards, até os adesivos, os pôster-álbuns, o pôster, tudo!

MoBopólis homenageia os jogos de console da época, desde sua capa, que remete a uma caixa de cartucho de game do Megadrive, até seu interior que simula telas do jogo através das páginas. A ideia é que o leitor se sinta “virando o jogo” ao terminar o artbook.

Nele eu conto a história do SP0t1FY (os nomes dos apps aqui são escritos em “l33t”, se viveu nos 90s, sabe o que é isso :D) que é os ouvidos da cidade de MoBopólis (Mother Board City) e que junto da sua parceira de missão; N3tFl1x (os olhos de MoBopólis) vão atrás das pistas para encontrar 1n$t@gr@m, o app celebridade que sumiu sem deixar rastros... O resto está escrito no Catarse, então convido a todos a lerem por lá, hehe.

A arte de MoBopólis mistura um poucos de Retrowave, um pouco de Vaporwave, de estilo clássico da época, de referências em alguns momentos ao traços do Nagel, em outros, um pouco do Brak, um pouco de 16-bit e por fim, muitas, MUITAS referências à época, desde roupas, que vão dos 80s aos 90s, tem personagem inspirado em personagens da TV da época, tem personagem inspirado em cantores ou atores da época, e até tem referências aos vilões espalhafatosos de filmes de fim dos 80s, gente, pra mim, é um negócio de encher os olhos, sou suspeito a falar, mas nossa! Um ano foi somente para pesquisas, então acredite, cada detalhe foi muito bem pensado para que a experiência seja única!

No fim acho que minha expectativa é a melhor e a mais positiva, espero muito poder atingir as pessoas com este projeto e que com o apoio de todos se torne real e possa de fato existir e se tornar conhecido, acho que todo artista espera isso de um projeto seu, mas estou torcendo demais para conseguir, acredite, estou jogando muita positividade para ter ela de volta novamente!  O meu objetivo como alguém que trabalha com arte é atingir a sensibilidade ou sentimento das pessoas, e se com MoBopólis eu posso vir a despertar algum sentimento nos outros, então me dou por satisfeito, mas para isso acontecer preciso que o projeto se espalhe e se faça conhecer, então uma ação acaba movimentando a próxima. Tomara consigamos financiar.





PC : Você fez uma grande contribuição para o blog, oferecendo uma estampa exclusiva para o sorteio de
final de ano. Conte nos o que foi mais desafiador na perspectiva de um artista, em fazer um trabalho com
tantos detalhes, e o que mais gostou de executar.

K : SIM!!! Foi ótimo! Senti aquele trabalho como desafio! Nunca tinha desenhado tanto toy e coisas dos 80s juntas! E quando vi as fotos referência na mesma hora pensei naquelas imagens reticuladas de revista antigona, sabe? Com aqueles erros de alinhamento de cores, e me disse, preciso reproduzir aquilo! É a cara do blog e disto! E me joguei encima da mesa e comecei a desenhar! O processo acabou sendo demorado, eu já sou detalhista por natureza, e sempre digo que vou diminuir a quantidade de detalhes nos meus desenhos e cada vez faço mais! Risos. Mas neste caso até que ser assim foi bom, consegui captar todos os detalhes, e no fim, foi uma imersão dentro da época e de estudos para conseguir reproduzir o que eu enxergava na minha mente, para, no fim, terminar aprendendo algumas coisas novas além de ter super curtido o resultado final! :D



PC : Para finalizar, gostaria de dar algum conselho para novos artistas? Sabemos que trabalhar com criação
é um meio difícil e que requer foco e determinação.

K : Waou! Bom, primeiramente, não desista, persista! Milhões, e repito, milhões de vezes passará pela cabeça desistir, e pode parecer balela, mas não é... É tanto não e tanta porta na cara, tanto erro, que chega uma hora que realmente cansa, mas é quando a gte atinge o limite e levanta mais uma vez que acaba por ver as oportunidades aparecendo. Tem artistas que de primeira atingem estrelato e conseguem aqueles Jobs de sonhos e tal, mas isso é uma fracção mínima de um todo, portanto, se você não fizer parte dessa porcentagem, não desista! Treine, treine, se supere, aprenda, e treine ainda mais.


Achar seu estilo, ou seu traço perfeito, ou seu nicho dentro da ilustração é bem difícil, mas não é impossível!  Tente admirar sem copiar, procure absorver um pouco de tudo que curte e canalize numa folha (ou numa tela), e por fim, faça bom uso das ferramentas que tem disponíveis nas redes sociais, na internet, use com sabedoria e venda bem seu peixe! ;)


Antes de finalizar o post, gostaria de agradecer ao Khriztian por ter participado, foi muito legal ler as respostas e saber um pouco da história de garra do Khriz. 

O Khriz trabalhou muito duro no seu projeto do Mobópolis, e precisa de todo apoio! Eu já ajudei no site do catarse, e se você quiser contribuir vou deixar abaixo o link. 



 Apoie a arte do Brasil! 

Obrigada por ler a entrevista e a gente se vê no próximo post! 




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